terça-feira, 25 de abril de 2023

Volta

 nov.2022   

   Preciso voltar... não aos meus, não à um lugar. Isso eu já fiz. Eu preciso voltar para mim. Parar e ler algumas coisas que estão aqui me traz sensações difíceis de serem descritas e ao mesmo tempo, sensações que eu nunca imaginei conhecer. Mas como isso é uma tentativa de voltar, começarei tentando explicar. Mesmo que com perguntas. Como é possível encontrar-se consigo mesmo e não se reconhecer? Olhar para aquela que já foi, admirar, respeitar, amar, mas não se reconhecer mais? E pior... saber que a que sou hoje não é nada do que aquela que eu fui esperava que eu seria? Sim.. por ai que meus pensamentos vem caminhando. Nos eu's, esses que eu tanto falo, com os quais eu tanto converso e dos quais eu tento escutar as mais dolorosas verdades e os mais preciosos conselhos. 

    Eu sou um turbilhão de pensamentos, um acumulo de sentimentos, sou amor, esperança e saudades. Ultimamente tenho estado com o mesmo turbilhão de pensamentos, acumulo de medo, insegurança, desanimo e talvez um pouco de arrependimento. E claro, a saudade virou falta. De quem eu era, de como eu vivia e via as coisas, de como eu me via e de como eu me relacionava com o mundo. Na tentativa de acertar, na expectativa de construir algo novo, ao tentar me permitir viver a estabilidade idealizada, me vi confrontada justamente com a falta que eu tinha certeza que sentiria.

    Confesso, nada do que eu esperava aconteceu.

   Risco! Acho que pessoas como eu gostam de se arriscar, se arriscam muito, apostam, quebram a cara, se reerguem. As vezes pensa em se aquietar e ai vem a avalanche. Eu preciso de movimento para me sentir viva e cada vez mais eu percebo que é muito mais amplo do que eu achava. Ao mesmo tempo que entendo comportamentos, sonhos, características, medos, amores, paixões. Movimento.